CARTA ABERTA DO FÓRUM POTIGUAR DE CULTURA À FUNDAÇÃO JOSÉ AUGUSTO
CARTA ABERTA DO FÓRUM POTIGUAR DE CULTURA
À FUNDAÇÃO JOSÉ AUGUSTO
À FUNDAÇÃO JOSÉ AUGUSTO
O Fórum Potiguar de Cultura desenvolveu
uma série de atividades em 2019, tendo como base seu plano de ação estruturado
em 2018. Foram realizados quatro Encontros nas cidades de Currais Novos, São Gonçalo do Amarante, Dixsept Rosado e Pendências. Os Encontros geraram um aprofundamento nas diretrizes estabelecidas em
2018, que ganharam uma dimensão mais coerente e ampliada com as múltiplas
visões advindas de realidades que fazem
parte do RN e que não são percebidas pela capital. Além dos encontros o FPC
manteve como foco a Lei do Fundo Estadual de Cultura para que obtivesse
encaminhamentos.
Foram realizadas reuniões junto ao Poder
Legislativo, desde julho de 2019, em especial com a Deputada Isolda Dantas e o
Deputado Francisco, na oportunidade o FPC alertou sobre a urgência de o Governo
Estadual agir para cumprir o discurso
inicial da Gestão que previa renúncia fiscal de R$ 3.000.000,00 para a Lei
Câmara Cascudo e mais R$ 3.000.000,00 para o Fundo Estadual de Cultura. Em
agosto de 2019 não havia uma percepção por parte da sociedade civil quanto a
algum movimento da FJA neste sentido, o que se reverteu a partir de encontros
sistemáticos da FJA e esses mandatos, sob a pressão deste Fórum e ainda
incluindo a participação do Deputado Ubaldo Fernandes. Assim, obtivemos a conquista do Edital(Citar)
de R$ 1.000.000,00, lançado em (mês) 2019, ainda com muitas falhas no sentido
da sua amplitude, abrangência e valor. Deste montante a FJA não efetuou os
pagamentos previstos, deixando 100% dos repasses empenhados.
Ainda é preciso revisar a Lei do Fundo
Estadual de Cultura assim como revisar os Marcos Legais da Cultura: Plano
Estadual de cultura e Conselho Estadual de Cultura além de criar uma Lei de
Sistema de Financiamento estabelecendo as formas de ação para que essas leis
não sejam apenas textos publicados nos Diários Oficiais sem nenhuma conexão
prática.
Paro o ano de 2020 a proposta da FJA
seria lançar 03 Editais, de R$ 1.000.000,00 cada, atingindo assim R$
3.000.000,00 dos R$ 6.000.000, 00 propostos inicialmente. Até o presente,
nenhum esboço deste edital foi compartilhado para consulta pública. E, no meio
do mês de março, o Brasil inicia seu processo de quarentena devido a Pandemia
COVID-19.
Momentos antes, recebemos a informação de
que o repasse do Edital Fomento a Cultura Potiguar 2019 seria realizado em 04 parcelas de R$ 250.000,00,informações
estas de bastidores, visto que não houve um pronunciamento oficial da FJA
quanto a este fato. Ainda extra oficialmente recebemos a informações de que
haveria o critério de priorização para escolher quais Projetos deveriam receber
primeiro.
Então, o momento exige ação! Exige que
nós tenhamos sobriedade para tratar da situação que se estabelece. O Estado
precisa estabelecer formas de assegurar a manutenção da vida dos mais
vulneráveis a essa pandemia na Classe Artística. Nós, trabalhadores e
trabalhadoras da cultura, somos vulneráveis economicamente, fomos o primeiro
setor a “parar” suas atividades devido ao isolamento social.
Consideramos urgente que o Governo do RN
e os municípios dêem uma resposta independente do Governo Federal e assuma a
sua parcela de compromisso com o Setor da Cultura e sua Cadeia Produtiva no RN.
Portanto, refletimos sobre as seguintes necessidades:
- Inclusão de
representação da pasta da cultura no comitê de crise criado, garantindo
maior representatividade e podendo contribuir de forma mais efetiva para
as demandas culturais e sociais;
- Criação de
um gabinete de Crise da Cultura com participação da sociedade civil
organizada incluindo fóruns representativos dos segmentos culturais e
conselhos, de modo a garantir o acompanhamento das ações;
- Lançamento
de Edital Estadual para produções e apresentações em ambiente virtual da
internet, garantindo a continuidade das atividades culturais, com seleção
ágil e simplificada, a exemplo dos seguintes festivais: Te Aquieta em Casa
(Pará), Edital para Shows e Apresentações Online (Maranhão), Ceará
Dendicasa: Festival de Arte de Casa para o Mundo (Ceará), Janelas de São
Paulo (Prefeitura de São Paulo), etc;
- Criação de
um mecanismos de distribuição de recursos diretos aos trabalhadores da
cultura, baseados em um período e um valor determinado. Como proposta deixamos a sugestão de R$
1.000,00/mês durante os próximos três meses, estabelecendo critérios
ponderados para que sejam atendidos os que realmente necessitam.
- Pagamento
imediato de todos os compromissos financeiros em atraso por parte da
Fundação José Augusto com trabalhadores da cultura: editais, cachês,
contratos de serviço etc. Incluindo os editais mais recentes, que já têm
resultado publicado. Antecipação do pagamento aos proponentes, com o
compromisso de repasse imediato a todos os profissionais listados em cada
projeto e da realização das atividades logo após superada a atual crise.
- Suspensão
dos prazos para execução de projetos, convênios, prestação de contas de
modo a não gerar penalidades administrativas aos proponentes.
- Atenção
imediata das secretarias de assistência social do Estado e do Município
para atendimento aos trabalhadores da Cultura, durante a crise, com
especial atenção àqueles em condições de maior vulnerabilidade social,
como, mas não somente, artistas de rua, artistas veteranos/da "melhor
idade", estátuas vivas, famílias circenses etc.
- Criação do
"Fundo Emergencial para os Trabalhadores da Cultura", formado
por contribuições diretas das empresas. O fundo também poderá ser
amplamente divulgado, em campanha para contribuições por parte de outras
pessoas jurídicas e físicas.
- Inclusão dos trabalhadores da cultura nos
programas de segurança alimentar
Agradecemos a atenção e solicitamos desde
já uma audiência, online, para debate das providências a serem tomadas com
extrema urgência.
Sendo assim, reiteramos ao Governo do
Estado que estamos disponíveis para encontrar e aplicar as melhores soluções ao
atual estado de exceção no qual nos encontramos..
Seguimos com afinco para que em
coletividade os avanços necessários para as políticas públicas de cultura do
Rio Grande do Norte se tornem realidade.
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